E a televisão não substituía
A minha vontade de fazer telepatia
Com quem se assustava embaixo no subsolo
Com as bombas que explodiam a sua casa vazia
Não chore minha pequena criança
Eu queria atravessar o mundo agora e te abraçar
Como se fosse o último dia
Mas realmente foi seu último dia
Como somos tão egoístas
Será que é o medo de se perder?
Então se prende dentro de você
E esquece quem não tem mais nada a perder ou ganhar
Nada a perder ou ganhar
Nada a prender ou soltar
Sabe quando até que estava certo
Mas mil amigos ali caíram tão perto
Quando achou que era melhor ser revoltado
E errado viu mais dez mil caírem do seu lado
Olha só como passou ileso
Seu peso ainda é tão leve como no começo
Aproveite, apronte, tenha um bom proveito
Ainda bem que agora já sabe
Tudo é tão desproporcional
E pior é que nem tudo é proposital
Creches, crachás, clichês
Uma cadeia de cadês
Procurando achar uma razão
Razoável para se esconder
Universidades, uniformes, um dia
Tudo que era único virou alegoria
Nem tente fazer algum tipo de prognóstico
Se o diagnóstico é uma folha vazia
Os aniversários são como anuidade
Dos campos de batalha para os becos das cidades
Aqui se vive a quantas décadas de decadência?
Olha como é baixa a taxa de sobrevivência
Dos nossos ideais, dos nossos ideais
Nossa evolução é uma devolução
Do que tínhamos de bom para as ideias que virão
Não me acomodo nem me acostumo
Não troque o sonho de infância pelo sonho de consumo
A inovação não é uma inundação
Afogando o que tínhamos de bom
Por coisas que não são
Sabe quando até que estava certo
Mas mil amigos ali caíram tão perto
Quando achou que era melhor ser revoltado
E errado viu mais dez mil caírem do seu lado
Olha só como passou ileso
Seu peso ainda é tão leve como no começo
Aproveite, apronte, tenha um bom proveito
Ainda bem que agora já sabe
Tudo é tão desproporcional
E pior é que nem tudo é proposital
Creches, crachás, clichês
Uma cadeia de cadês
Procurando achar uma razão
Razoável para se esconder